19/09/2024
Trinta quilômetros separam a principal população de micos-leões-pretos (Leontopithecus chrysopygus), com estimativa de 1.200 indivíduos, no Parque Estadual do Morro do Diabo, em Teodoro Sampaio (SP), no extremo oeste do Estado de São Paulo, do novo endereço para cinco deles, um fragmento florestal em área de Reserva Legal, também na região do Pontal do Paranapanema. O objetivo é aumentar as chances de a população local do fragmento florestal, com menos de 20 indivíduos, continuar existindo a médio e a longo prazos.
“Escolhemos a população do fragmento como alvo de nossa ação porque ela apresenta sérios riscos de se extinguir nos próximos 10, 20 anos, por conta de seu tamanho reduzido e da baixa variedade genética. Suplementando essa população, levando mais micos para lá, ganhamos tempo para, a partir da restauração de corredores florestais, conseguirmos a conectividade funcional com outras áreas de floresta da região, o que pode levar 20, 30 anos. Já temos observado declínio nessa população e precisávamos agir com urgência para evitar essa extinção local”, revelou a coordenadora do Programa de Conservação do Mico-leão-preto, do Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ), Gabriela Rezende.
Os pesquisadores do Programa de Conservação do Mico-leão-preto, que completou 40 anos em 2024, estavam monitorando o grupo com cinco micos do parque estadual desde abril de 2023.
Em janeiro deste ano, a equipe capturou e identificou os micos com microchips e realizou, na mesma manhã, a soltura na nova área.
“Optamos por realizar a ação na época do ano com maior disponibilidade de frutos, entre dezembro e fevereiro, o que aumenta as chances de adaptação e sobrevivência dos micos na nova área. Também escolhemos um grupo onde havia indivíduos subadultos, pois são animais em idade de dispersão. São esses indivíduos que irão garantir o aumento da variabilidade genética da população, a partir da formação de novos grupos com animais do local”, explicou o veterinário do programa, Daniel Felippi.
A retirada de um grupo levado para outra área é conhecida como translocação.
A iniciativa também tem sido acompanhada de perto por profissionais do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e da Fundação Florestal (FF), responsável pela gestão do parque, que participaram de todas as fases desde o planejamento, a emissão das autorizações e as atualizações. A ação também conta com a chancela do Grupo de Assessoramento Técnico do Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Primatas da Mata Atlântica e da Preguiça-de-coleira (PAN PPMA).
Durante a oficina para o desenvolvimento do Programa de Manejo Populacional da espécie, em 2023, um grupo de acompanhamento foi estabelecido a partir dos presentes e das representatividades necessárias.
Gabriela Rezende assumiu também essa coordenação.
O programa foi publicado no mesmo ano pelo ICMBio.
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