20/08/2024
A atividade de criar abelhas sem ferrão pode ainda ser novidade para muitos, mas em uma pequena cidade de Santa Catarina esta prática já é tão comum que lhe rendeu o título de capital nacional da meliponicultura. Santa Rosa de Lima é o município que acaba de receber o reconhecimento.
Diferentemente da apicultura, que foca na criação da Apis melíferas (chamada popularmente de abelha europa), a meliponicultura é a criação racional de abelhas nativas sem ferrão. Jataí, mandaçaia e borá são exemplos de espécies.
Em Santa Rosa de Lima, a prática vem sendo impulsionada pelo meliponicultor Jean Carlos Locatelli desde o fim dos anos 90. Hoje, a cidade abriga mais de 25 mil colônias matrizes de 31 espécies diferentes de abelhas. O número é especialmente relevante considerando que o município possui uma população estimada em 2.088 habitantes, segundo dados do último censo do IBGE.
A Lei 14.949/24, que confere a Santa Rosa de Lima o título de capital nacional da meliponicultura, foi sancionada pelo presidente Lula e publicada no Diário Oficial da União em 5 de agosto de 2024.
A lei tem origem no projeto de lei 752/22, de autoria do deputado Darci de Matos (PSD-SC), aprovado na Câmara dos Deputados em outubro de 2023. Durante a tramitação, a senadora e relatora do PL Ivete da Silveira (MDB-SC) destacou que a topografia da cidade, marcada por relevo acidentado, favorece a meliponicultura. A senadora também ressaltou como a atividade está integrada em aspectos econômicos e ambientais da cidade.
“A integração da meliponicultura na estrutura social e educacional do município, com a presença de criadouros urbanos e projetos em escolas e unidades de saúde, destaca o compromisso de Santa Rosa de Lima com a educação ambiental e a conservação de espécies”, afirmou Ivete da Silveira. “Tendo em vista o histórico da atividade na região e a sinergia entre conservação ambiental e desenvolvimento socioeconômico, resta justificado o título de Capital Nacional da Meliponicultura ao município”, completou a relatora.
As espécies de abelhas sem ferrão prestam diversos serviços ecossistêmicos. São bioindicadoras da qualidade do ar, da água e do solo. Além disso, a segurança alimentar do planeta depende destas grandes polinizadoras.
Em Santa Rosa de Lima, a Guaraipo (Melipona bicolor) é uma das espécies presentes na região. Trata-se de uma abelha social muito mansa cuja colônia é composta por mais uma rainha no mesmo ninho – o que não é nada comum entre as abelhas sem ferrão. Também encontrada no sudeste, a Guaraipo da Região Sul está incluída na lista de espécies ameaçadas de extinção. A espécie também é conhecida pelos nomes de Fura-Terra, Garapu, Graipu, Guarapu e Pé-de-Pau.
“A meliponicultura não apenas apoia a conservação de espécies em risco, como a abelha guaraipo, como também promove a recomposição da vegetação nativa, essencial para a sustentação das colônias”, afirmou ainda Ivete da Silveira.
Na cidade catarinense, a criação de abelhas sem ferrão contribui para a preservação da biodiversidade local e oferece sustento a cerca de 100 famílias.
Fonte: CicloVivo
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