01/08/2024
Uma figurinha de um macaco andando com sua mochilinha nas costas pode ser uma boa opção para reagir quando alguém diz algo desconfortável em um grupo de WhatsApp. Mas, e se você soubesse que, por trás de imagens engraçadinhas, estão maus-tratos e animais em situação de sofrimento?
🚨 É isso que revela um relatório que reuniu 20 organizações de proteção animal e que faz um apelo para que as pessoas deixem de compartilhar esse tipo de conteúdo.
Segundo o relatório da Coalizão de Crueldade Animal nas Redes Sociais (Social Media Animal Cruelty Coalition - SMACC, em inglês), por trás dos memes engraçados, os animais vêm sendo retirados de suas mães ainda bebês para serem domesticados e tratados como humanos em troca de likes e views em mídias sociais.
➡️ Entre setembro de 2021 e março de 2023, a coalizão mapeou mais de 1,2 mil links de conteúdo no Facebook, Instagram, TikTok e YouTube, mostrando macacos mantidos como animais de estimação.
De acordo com as entidades que assinam o documento, o conteúdo gerou mais de 12 bilhões de visualizações. Esses números se refletem depois em dinheiro, como no YouTube e TikTok, que monetizam conteúdos por visualização.
O relatório mostra que:
🐒 13% do conteúdo apresenta tortura psicológica: macacos são obrigados a sentir medo e angústia em resposta a sustos, provocações e negação de comida para reações que, depois, são compartilhadas;
🐒 12% mostraram macacos sendo torturados fisicamente;
🐒 60% dos links mostraram macacos de estimação sendo abusados fisicamente;
🐒 Todos os macacos exibidos nas redes sociais provavelmente experimentaram sofrimento psicológico devido ao tratamento.
Utilizar animais como meme em redes sociais é algo que parece ser engraçado, mas na verdade é algo triste e cruel. As expressões "fofas" são, na verdade, sinais de sofrimento psicológico, físico, privação de liberdade. Muitas vezes a Internet e a cultura popular contribuem para a proliferação desses memes.
— Wesley Batista, biólogo.
Em uma breve busca pelo X, antigo Twitter, é possível encontrar milhares de vídeos em que macacos aparecem usando roupas humanas, tomando banho ou tomando suco de canudinho. Os trechos podem parecer inocentes, mas escondem tortura e desconforto do animal em troca de entretenimento.
Macacos são animais selvagens que não usam roupas, não andam de pé e, para que consigam fazer tudo isso, os bastidores da gravação escondem violência. Segundo o relatório, a maioria desses animais são capturados muito bebês, retirados de suas mães, que muitas vezes acabam mortas.
Para macacos selvagens capturados, mães e outros membros da família podem ser mortos para obter os bebês. Para indivíduos criados em cativeiro, as condições em que os animais são criados, mantidos e vendidos são frequentemente extremamente precárias. Em muitos vídeos de mídia social com macacos de estimação, os macacos são recém-nascidos, com apenas alguns dias de vida.
— Trecho do relatório.
O documento explica que há registros online dos “tutores” ensinando os animais a ficarem de pé. Para isso, eles permanecem com roupas que prendem suas mãos, obrigando-os a tentar usar as pernas para se locomover.
Conclua a leitura desta reportagem clicando no g1
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