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Alemanha faz lobby por sobrevida de motor a combustão na Europa

02/12/2025

Promessa de campanha de Friedrich Merz, a Alemanha vai atuar oficialmente contra o banimento de motores a combustão na Europa na próxima década. Uma carta nesse sentido foi enviada nesta sexta-feira (28) à Comissão Europeia reclamando o adiamento do fim dos motores a gasolina e a diesel em veículos nos países do bloco.
Segundo a legislação europeia, carros de passeio e vans deverão alcançar emissão zero em 2035. O setor rodoviário respondia por mais de 10% das emissões líquidas de gases de efeito estufa no planeta em 2023, quando a lei foi implementada. Elétricos soavam como solução rápida para emissões, e Bruxelas discutia alternativas à dependência energética da Rússia, a lei virou um transtorno econômico e político em diversos Estados-membros.
Como declarou Merz ao justificar as medidas, a situação das montadoras alemãs neste momento é "precária". "Todos sabemos o que está acontecendo com a indústria automotiva", declarou o premiê sobre a crise que abate o setor no continente.
As grandes marcas alemãs perderam a corrida tecnológica em torno dos modelos elétricos para a China. A exemplo do que ocorre no Brasil, empresas como a BYD começam a invadir a UE, depois de dizimarem os concorrentes europeus no mercado chinês.
O lobby alemão foi vocalizado durante a aprovação do Orçamento de 2026 no Parlamento, também nesta sexta, em Berlim. Incluído no pacote, uma política de subsídio para carros elétricos, encerrada na gestão passada, volta agora com a inclusão de modelos híbridos e dos equipados com motores convencionais "de alta eficiência" —designação que soa como eufemismo para especialistas.
Reconhecida liderança ambiental, com origens que remontam à luta contra a energia nuclear nos anos 1970, a Alemanha encara um período de estagnação econômica que já vai para o terceiro ano. Símbolo da pujança do país no pós-guerra, a Volkswagen chegou a anunciar um plano para o fechamento de fábricas, no fim do ano passado, algo que seria inédito na história da montadora.
Alvo da extrema direita, a política ambiental da coalizão de governo anterior, que contava com o Partido Verde, foi achincalhada pelos opositores. A chamada "lei de aquecimento", que estabelecia subsídios para a troca de sistemas a óleo e a gás por equipamentos elétricos, foi mal implantada, assim como mal explicada para a população.
Em busca do voto dos insatisfeitos, a aliança conservadora de Merz, então na oposição, começou a demonizar o governo capitaneado pelo social-democrata Olaf Scholz, misturando a política desastrada com preços de energia, inflados pelo boicote ao gás russo e pela inerente flutuação das fontes renováveis.
Nesse cenário, salvar empregos com a manutenção de carros que queimam combustíveis fósseis foi uma bandeira fácil de empunhar nas últimas eleições. Markus Söder, ministro-presidente da Baviera, cargo equivalente a governador, declarou após o anúncio do aliado Merz: "Vejam como estou satisfeito".
Söder é um dos muitos políticos alemães que achou uma trilha de campanha na crítica aos Verdes e ao propalado exagero das políticas ambientais. Nas redes sociais, por exemplo, aparece comendo salsichas e hambúrgueres para antagonizar com campanhas que pedem menos emissões a partir de um menor consumo de carne.
A AfD, o partido considerado de extrema direita pelos serviços de segurança da Alemanha, vai bem mais longe, advogando até pela derrubada das torres eólicas no país.

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