
18/11/2025
No momento em que a COP30 entra na semana decisiva de negociações, um grupo de cientistas entregou um manifesto aos chefes de delegação nesta segunda-feira (17) alertando para a necessidade de estabelecer um "roteiro claro" para eliminar gradualmente os combustíveis fósseis.
Segundo os cientistas, a carta representa a união do grupo a ativistas, povos indígenas, líderes políticos e empresariais em nome de uma solução para proteger os mais importantes biomas do planeta.
"A pressão combinada das emissões de combustíveis fósseis e do desmatamento empurra a Amazônia na direção de mudanças irreversíveis", afirmam os cientistas no documento.
O manifesto destaca as secas vividas pela Amazônia nos últimos dois anos e o impacto das mudanças climáticas nos recifes de corais tropicais.
Os especialistas ainda alertam que a degradação desses biomas geram consequências desastrosas a toda população.
"Os países precisam se unir para entregar roteiros para eliminar gradualmente os combustíveis fósseis e deter e reverter a perda das florestas. Isso exige manter firme a ´missão 1.5´", finalizam.
Na última sexta-feira (14), o grupo já havia divulgado um alerta sobre o estado nas negociações da COP30.
Segundo eles, as emissões globais de CO2 devem subir 1,1% em 2025, quando deveriam estar em queda acelerada.
Mantido o ritmo atual, afirmam, o mundo tem apenas quatro anos antes de esgotar o orçamento de carbono compatível com 1,5°C.
O limite é tratado pela comunidade científica como o patamar mais seguro para impedir impactos ainda mais severos da crise climática.
O texto, apresentado no Pavilhão de Ciências Planetárias (iniciativa inédita na história das COPs), aponta que grandes economias já consumiram quase todo o orçamento de carbono, enquanto comunidades vulneráveis seguem expostas aos impactos mais severos.
Os pesquisadores lembram que cada 0,1°C adicional amplia riscos de ondas de calor extremas, tempestades intensas, incêndios e perdas econômicas, e defendem que adaptação precisa ganhar centralidade na COP30.
A nota afirma que a ciência é clara ao exigir reduções de pelo menos 5% ao ano, muito acima dos compromissos atuais, que somam 5% em uma década.
"Alcançar emissões líquidas zero globais exige uma mudança radical de mentalidade e governança em todos os países, bem como, sobretudo, a expansão da energia renovável, a eliminação gradual de todos os combustíveis fósseis e o fim do desmatamento", diz a carta.
Eles pedem que a COP30 entregue um roteiro concreto para o fim dos fósseis, citando que há movimento político em curso, com apoios públicos de diversos países
A declaração também critica tentativas de remover referências científicas dos textos negociados, classificando isso como parte de estratégias de atraso.
Assinam o documento nomes como Carlos Nobre, Thelma Krug, Paulo Artaxo, Marina Hirota, Johan Rockström, Chris Field, Fatima Denton, Piers Forster e Ricarda Winkelmann.
Fonte: g1
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