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Pantanal vive a década mais seca com 75% menos áreas alagadas

13/11/2025

O Pantanal, a maior planície alagável do mundo, vive o período mais seco das últimas quatro décadas. O levantamento, feito pelo MapBiomas a partir da Coleção 10 de mapas de cobertura e uso da terra no Brasil, cobrindo o período de 1985 a 2024, revela que a área anual que permanece alagada no bioma diminuiu 75%, passando de 1,6 milhão de hectares na primeira década (1985-1994) para 460 mil hectares na última (2014-2024). O ano de 2024 foi o mais seco de toda a série histórica; a área alagada ficou 73% abaixo da média. A última grande cheia, registrada em 2018, foi 22% mais seca do que a primeira grande cheia da série, em 1988. O bioma tem enfrentado períodos de cheias menores e secas mais severas a cada década.
As mudanças na Planície Pantaneira se correlacionam com as transformações ocorridas no Planalto da Bacia do Alto Paraguai (BAP), onde nascem os rios que abastecem o Pantanal. A BAP abrange áreas de Mato Grosso (48% da BAP, 17,4 milhões de hectares, representando 19% do estado) e Mato Grosso do Sul (52% da BAP, 18,6 milhões de hectares, representando 53% do estado). O bioma Pantanal corresponde à Planície, enquanto o Planalto é dividido entre o Cerrado (83%) e a Amazônia (17%).
As alterações da cobertura vegetal foram mais intensas no Planalto, o que impacta diretamente no fluxo hídrico entre Planalto e Planície. A área natural do Planalto caiu de 72% para 46% em Mato Grosso e de 59% para 36% em Mato Grosso do Sul, o que representa uma perda total de 5,2 milhões de hectares (37%) de vegetação nativa entre 1985 e 2024. No mesmo período e no Planalto, a agricultura aumentou 3,8 vezes (1,4 milhão de hectares), com a soja representando 80% das áreas agrícolas. A pastagem aumentou 4,4 milhões de hectares sobre a vegetação nativa, intensificando as áreas antrópicas no Planalto.
“As variações climáticas e precipitação na BAP determinam o pulso anual de cheias no Pantanal. A perda de Florestas e Savanas fragiliza a proteção dos solos nas cabeceiras do bioma, o que interfere no fluxo de água que chega na Planície. Em 1985, 33% do Planalto, ou sete milhões de hectares, já eram de uso antrópico. Em 2024, praticamente 60% do Planalto é antropizado”, explica Eduardo Reis Rosa, coordenador da equipe Pantanal do MapBiomas.
A condição das pastagens no Planalto também é um fator agravante que chama a atenção. Em 2024, 63% das pastagens apresentavam baixo ou médio vigor vegetativo. Do total de 8,6 milhões de hectares de pastagem no Planalto, a porção na Amazônia (2.068.850 hectares) apresenta 52% de baixo vigor e 40% de médio vigor, enquanto a porção no Cerrado (6.620.165 hectares) tem 14% de baixo vigor e 41% de médio vigor.
Na Planície Pantaneira, as mudanças também foram significativas. A área natural caiu de 96% para 84% entre 1985 e 2024, com uma perda total de 1,7 milhão de hectares de vegetação nativa, sendo 0,7 milhão de hectares na porção em Mato Grosso (onde a área natural caiu de 96% para 84%) e 1,1 milhão de hectares na porção em Mato Grosso do Sul (onde a área natural caiu de 96% para 85%).
A conversão de vegetação nativa para pastagem foi de 1,7 milhão de hectares em 40 anos no Pantanal. A pastagem passou de 563 mil hectares em 1985 para 2,2 milhões de hectares em 2024. O dado de condição de vigor das pastagens mostra que em 2024, 85% das pastagens da Planície tinham baixo ou médio vigor vegetativo. A mineração foi a atividade antrópica que mais cresceu proporcionalmente na última década no Pantanal, com um aumento de 60%.
No conjunto da Bacia do Alto Paraguai, as áreas agropecuárias aumentaram de 21% em 1985 para 40% em 2024, somando 7,5 milhões de hectares convertidos de vegetação nativa em quatro décadas. Desse total, 84% (12 milhões de hectares) da agropecuária estão no Planalto e 16% (2,3 milhões de hectares) na Planície.

Veja a análise por cada década no CicloVivo

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