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Comunidade caiçara em Paraty troca diesel por energia solar

26/06/2025

“Sou nascido e criado no Saco das Anchovas, que é uma reserva protegida do Parque Estadual da Juatinga. Desde sempre, nossas luzes aqui sempre foram de lamparina, vela e lampião. Nos últimos 15 anos, a comunidade passou a usar gerador a diesel, que joga poluição no ar e deixa resíduos no solo e nas paredes das casas”. A fala é de Ezequiel Santos, morador da comunidade caiçara localizada dentro da Área de Proteção Ambiental (APA) do Cairuçu, entre Paraty e Trindade, no Rio de Janeiro. A realidade local, no entanto, está mudando com a chegada de uma empresa que atua com microrredes inteligentes de geração fotovoltaica e sistemas de armazenamento energético para comunidades e regiões em situação de vulnerabilidade.
Liberdade Solar é a companhia que está à frente do Paraty Solar, uma iniciativa de transição energética e inclusão social. A implementação da primeira fase do projeto acaba de ser concluída na comunidade do Saco das Anchovas. “Agora temos energia garantida e sem poluição. Podemos guardar nossa pesca e até montar um pequeno negócio com a venda desses peixes”, comemora Santos.
Substituindo o uso de geradores a diesel, que garantia poucas horas de suprimento de energia elétrica para as famílias, foi instalado um sistema de energia solar combinado com baterias de lítio para armazenamento energético. A microrrede, que conecta todas as casas da comunidade, vai garantir abastecimento de eletricidade limpa e sustentável 24 horas ao dia, o ano inteiro.
A iniciativa beneficia diretamente três famílias caiçaras, promovendo segurança alimentar, geração de renda e inclusão digital. Com a instalação de geladeiras e freezers alimentados pela energia do sol, os pescadores agora conseguem armazenar o pescado, agregando valor à produção local. Além disso, a comunidade passa a contar com acesso contínuo à internet por meio da rede Starlink, o que amplia as possibilidades de comunicação, educação a distância e acesso a serviços digitais.
“Nossa pescaria sempre foi para alimentação da comunidade, pois nunca pudemos armazenar de forma segura os peixes. Quando dava, a gente levava alguns peixes para vender em Paraty, mas normalmente a gente tinha que devolver no mar. Agora a realidade é outra. Temos energia solar e baterias, que vão nos ajudar muito não só na pesca, mas no dia a dia da comunidade”, conta o morador Claudio dos Remédios, beneficiado pelo Paraty Solar.
A microrrede tem capacidade de geração de 806,4 kWh/mês, suficientes para garantir energia estável e ininterrupta aos moradores. O sistema inclui 5,8 kilowatt-pico (kWp) de painéis solares, 8 kW de inversores, 14,4 kWh de baterias de lítio, rede elétrica subterrânea em corrente contínua e alternada, câmeras de segurança, ventilação e sensores térmicos para controle ambiental do sistema.
Ter acesso à energia é amplamente reconhecido como um direito humano essencial, ainda que não esteja explicitamente mencionado nos principais tratados internacionais. De fato, a ONU, por meio da Agenda 2030, classifica o acesso à energia limpa e acessível como um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Para além do suprimento energético básico, no caso do Saco das Anchovas uma das casas da comunidade foi transformada em hospedaria para ecoturismo, criando assim uma alternativa de geração de renda também durante a baixa temporada de pesca da região.
“A energia solar com baterias é uma ferramenta poderosa de desenvolvimento econômico, social e ambiental. Em comunidades isoladas, essas tecnologias transformam realidades, trazendo dignidade, educação, saúde e renda, sem agredir o meio ambiente”, destaca Michel Sednaoui, idealizador do projeto e CEO da Liberdade Solar. A empresa, que financiou 100% do projeto, garante que o mesmo respeita as diretrizes ambientais do Parque Estadual da Juatinga e da APA Cairuçu, ambos reconhecidos pela UNESCO como Patrimônio Mundial Natural.
Além da infraestrutura, a companhia ainda capacitou moradores locais para operar e manter o sistema, ensinando desde o uso de multímetros até a limpeza e análise do desempenho das placas solares. O monitoramento será feito remotamente via IoT, com suporte técnico contínuo fornecido pela empresa.
“Eu nunca pensei que iria aprender sobre energia solar. Agora, com o treinamento que recebi da Liberdade Solar, posso cuidar do nosso sistema de energia solar e ajudar toda a comunidade que vive aqui”, conclui a moradora Carolina Santos.

Fonte: CicloVivo

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