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Desmatamento na amazônia tanto aumenta quanto reduz chuva, mostra novo estudo

11/03/2025

O desmatamento na amazônia provoca mais chuvas na estação chuvosa e menos chuvas na estação seca, de acordo com uma nova pesquisa publicada nesta quarta-feira (5), que destaca o papel essencial da floresta na regulação do clima local e global.
A perda de árvores na região da amazônia, impulsionada principalmente pela agricultura predatória, mineração e extração de madeira, compromete a capacidade da floresta tropical de absorver dióxido de carbono, gás que aquece o planeta.
Pesquisas anteriores já haviam mostrado que a redução da vegetação diminui a quantidade de água absorvida para a atmosfera, o que leva a condições geralmente mais secas.
A nova pesquisa, publicada na revista Nature, teve como objetivo obter uma visão mais detalhada, utilizando simulações climáticas regionais e dados de satélite da floresta de 2000 a 2020.
Os pesquisadores, de instituições da China e da Tailândia, descobriram que os impactos na amazônia variam conforme as estações.
Foram registradas mais chuvas especificamente sobre áreas onde as árvores foram derrubadas durante a estação chuvosa (de dezembro a fevereiro), enquanto na estação seca (de junho a agosto), quando as plantas mais precisam, houve menos chuvas em uma região mais ampla.
"Devido ao seu papel fundamental na regulação do clima regional e global, são necessários esforços contínuos para proteger as matas restantes na amazônia, bem como reabilitar as terras degradadas", concluem os autores.
Os especialistas destacaram que a perda de árvores na amazônia, frequentemente causada pela expansão ilegal da agricultura, representa uma ameaça particular para as colheitas.
"Durante a temporada de chuvas, as áreas desmatadas experimentaram um aumento notável na precipitação (0,96 mm por mês para cada ponto percentual de perda de floresta)", detalha o texto.
O aumento das precipitações "pode exacerbar as inundações na estação chuvosa em certas regiões desmatadas, prejudicando a agricultura regional e a economia social", afirmam. A diminuição das chuvas, por sua vez, também pode resultar em perdas.
No geral, os autores descobriram que o desmatamento contínuo na amazônia "pode levar a uma diminuição no total de precipitações", o que ameaça a fauna, intensifica as secas e agrava os incêndios florestais, além de reduzir a capacidade de absorção de CO2.
Em um comentário relacionado ao estudo, também publicado na Nature, Wim Thiery, professor associado da Vrije Universiteit, em Bruxelas, afirma que a pesquisa é pioneira e que esse tipo de estudo é importante para compreender as complexas interações entre desmatamento, mudança climática e saúde das plantas.
O trabalho, diz, pode ajudar os pesquisadores a avaliar se a floresta tropical está se aproximando do ponto de inflexão que, se cruzado, fará com que esse ecossistema crucial se transforme em uma savana, destaca Thiery, que não participou da pesquisa.
Em um estudo publicado na Nature no ano passado, um grupo internacional de cientistas estimou que entre 10% e 47% da amazônia estarão expostos às tensões combinadas do aquecimento global e da perda da florestal até 2050, o que pode levar a uma mudança generalizada em seu ecossistema, fazendo com que libere o carbono que armazena, impulsionando ainda mais o aquecimento global e intensificando seus efeitos.
A seca assolou a região da amazônia desde meados de 2023 até 2024, impulsionada pela mudança climática causada pelo homem e pelo fenômeno de aquecimento El Niño, ajudando a criar condições para incêndios florestais recordes.

Fonte: Folha de S. Paulo

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