
13/02/2025
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta segunda-feira (10) um decreto com o objetivo de incentivar o governo dos EUA e os consumidores a comprarem canudos de plástico, fazendo retroceder os esforços de seu antecessor para eliminar gradualmente os plásticos de uso único e combater o desperdício.
"Estamos voltando aos canudos de plástico", disse Trump a repórteres na Casa Branca ao assinar o decreto, afirmando que os canudos de papel "não funcionam". Na semana passada, o republicano já havia anunciado que assinaria a medida.
"Não acho que o plástico vá afetar muito um tubarão, já que ele está mastigando tudo pelo oceano", disse Trump.
Pelos riscos para os animais aquáticos, o canudo se tornou um dos principais símbolos mundiais da poluição por plástico, especialmente nos oceanos.
O antecessor democrata de Trump, o presidente Joe Biden, propôs medidas ambientais para reduzir o consumo de plásticos de uso único não biodegradáveis, que danificam os ecossistemas e contaminam os suprimentos de alimentos. Seu governo também apoiou um tratado global com o objetivo de limitar a produção de plástico.
O decreto desta segunda-feira é parte de um enfraquecimento mais amplo dos compromissos ambientais promovido por Trump, que, em um dos primeiros atos de seu novo mandato, retirou os Estados Unidos do Acordo de Paris pela segunda vez.
Trump também rescindiu uma política do governo Biden para acabar com o uso de todos os produtos plásticos de uso único em terras federais até 2032.
Dezenas de países impuseram proibições a vários tipos de plásticos de uso único, produzidos principalmente por petroquímicas e usados para fabricar sacolas, garrafas e outros itens descartáveis.
Se nenhum novo controle for introduzido, a quantidade de resíduos plásticos despejados no meio ambiente deverá aumentar de 81 milhões de toneladas métricas em 2020 para 119 milhões de toneladas em 2040, de acordo com pesquisa da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) publicada no ano passado.
As negociações sobre um tratado global para controlar a poluição plástica foram interrompidas no ano passado, com as principais nações produtoras de plástico relutantes em se comprometer com limites de produção obrigatórios.
As negociações devem ser retomadas este ano, mas Aleksandar Rankovic, diretor da Common Initiative, grupo ambientalista, disse que não ficaria surpreso se Washington desistisse das discussões.
"Com a postura favorável ao petróleo e ao gás do novo governo, é de se esperar que os EUA se unam a países como a Rússia e a Arábia Saudita e se oponham à adoção de metas globais para reduzir a produção de plástico", disse ele.
O governo Biden, no ano passado, havia determinado a eliminação gradual do plástico de uso único das operações de serviços de alimentação, eventos e embalagens do governo federal até 2027. Para as operações federais em geral, a meta iria até 2035.
Trump é negacionista em relação às mudanças climáticas, considera a transição energética uma "fraude" e prometeu aumentar a produção de petróleo e gás.
Trump, nesta terça-feira (11), também anunciou que tomará medidas para o retorno de padrões antigos de lâmpadas, vasos sanitários, chuveiros e outros aparelhos que utilizam água.
Ele disse que vai solicitar à Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês) a volta de padrões relacionados a água que existiam em seu primeiro mandato na Casa Branca. A política afetará também pias, máquinas de lavar e lava-louças.
Em publicação em rede social, Trump escreveu que estava instruindo o secretário da EPA, Lee Zeldin, "a voltar imediatamente às minhas ordens ambientais", chamando-as de senso comum.
"Estou ansioso para assinar essas ordens", acrescentou.
Fonte: Folha de S. Paulo
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