
11/02/2025
A Petrobras já faz treinamentos em campo na região de Oiapoque (AP), no extremo norte do país, em que técnicos são preparados para resgate e transporte de animais que possam ser atingidos por óleo em eventual acidente na prospecção de petróleo no chamado bloco 59, na margem equatorial brasileira.
Os treinamentos incluem exercícios práticos para locomoção por áreas de lama, numa região altamente sensível em termos de biodiversidade, regida por um ciclo de marés e constituída predominantemente por mangues, de difícil acesso. Exercícios do tipo foram feitos nesta semana, com o uso de tapetes flutuantes que permitem acesso a áreas enlameadas.
As ações da estatal na região ocorrem antes da concessão da licença ambiental para a perfuração do poço na bacia Foz do Amazonas, que fica a 160 km da costa brasileira no Amapá.
O presidente Lula (PT) pressiona para que a licença seja concedida e passou a intensificar os discursos a favor do empreendimento. Vão na mesma linha o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e o senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), líder do governo Lula no Congresso.
A expectativa de que o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) vai expedir a licença, diante do avanço do processo do licenciamento, gerou uma movimentação de diferentes atores do empreendimento em Oiapoque, além de um avanço de fluxos migratórios e ocupações de casas em áreas verdes da cidade.
Além do treinamento de resgate, já foram levados para os rios em Oiapoque embarcações adaptadas para a coleta de animais que venham a ser impactados por óleo, em caso de vazamento na plataforma.
Também está sendo costurado um acordo para que embarcações maiores, dentro do plano de proteção à fauna, fiquem ancoradas em dependências do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade).
Em nota, o Ibama disse que as lanchas de atendimento a fauna oleada foram apresentadas como parte da estrutura de resposta a emergências e estão em análise pela equipe técnica. Sobre incursões de equipes da Petrobras na região, o órgão ambiental afirmou que não acompanha "atividades paralelas do empreendedor".
A estatal, também em nota, disse que a unidade de acolhimento de animais em Oiapoque funcionará em "sinergia" com o centro de despetrolização de fauna em Belém. "Ao todo, serão mais de cem profissionais dedicados à proteção animal."
A Petrobras afirmou estar otimista quanto à licença para perfuração em águas profundas no Amapá. "Será possível realizar a avaliação pré-operacional e em breve obter a licença."
Na região de Oiapoque está o Parque Nacional do Cabo Orange, o ponto extremo do Amapá que invade o oceano Atlântico. O parque, administrado pelo ICMBio, se estende por 590 km de litoral. É um gigante berçário de peixes, uma área de mangue e floresta que garante a sobrevivência de milhares de pescadores.
A unidade está no ponto de contato entre o rio Oiapoque e o oceano. Pode ser considerada como a porção de terra mais próxima do bloco que a Petrobras pretende perfurar.
Além da presença dos barcos, a Petrobras constrói uma unidade de estabilização e despetrolização de animais em Oiapoque, na BR-156. A licença para a construção da unidade foi concedida em dezembro pela Secretaria do Meio Ambiente do governo do Amapá.
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