30/01/2025
Um rio sempre deságua no mar. Às vezes, esse encontro da água doce com a água salgada não é contínuo, e o rio — ou lagoa — e o mar ficam separados por uma faixa de areia. Mas o destino dessas águas é se encontrarem: é o fenômeno conhecido como "abertura da foz" — ou "estouro de rio" —, um evento que demonstra a força da natureza e desperta curiosidade.
O encontro das águas renova a fauna e atrai turistas. Mas provocar o estouro de forma intencional pela ação humana, é crime ambiental e pode causar graves prejuízos para biodiversidade da região.
Em Guarapari, na Região Metropolitana do Espírito Santo, o "estouro" da lagoa de Caraí, no Parque Estadual Paulo César Vinha aconteceu de forma natural no dia 15 de janeiro. Imagens que mostram o transbordo na região chamaram a atenção nas redes sociais e levantaram a curiosidade sobre como e porque o fenômeno acontece.
Por isso, o g1 ouviu especialistas que explicaram como a ação ocorre e as consequências da abertura forçada.
Basicamente, o transbordo ocorre devido a uma junção de fatores como as chuvas e a maré. Quando acontece de forma natural, especialistas apontam que o fenômeno é essencial para manter os ciclos de nutrientes e de entrada de espécies que migram para a água doce para reproduzir, além de trazer uma maior diversidade para o local.
Mas abrir a boca da barra sem autorização de órgãos responsáveis é crime ambiental segundo a Lei Federal 9605/98 com pena de até quatro anos de prisão.
Além disso, quando realizada de forma forçada, a abertura pode deixar o ecossistema mais vulnerável a catástrofes naturais.
Segundo o biólogo especialista em peixes, João Luiz Gasparini, a abertura da foz é um fenômeno importante e comum que ocorre em quase todas as lagoas costeiras do Brasil.
"O fenômeno é simples. É uma grande planície de inundação. Quando chove muito, alaga tudo e se chover além da conta, a lagoa acaba transbordando pela praia e acaba rompendo naturalmente a foz. Mas, depende da maré e da força da água que sai. Logo a margem fecha e mantém parte da água", explicou o biólogo que também integra a equipe do Projeto de Monitoramento das Atividades Pesqueiras da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
O engenheiro-agrônomo e agente de desenvolvimento ambiental David Casarin trabalha no parque e disse que não existe frequência ou data certa para o fenômeno acontecer.
"Trabalho no parque há quatro anos e já vi acontecer umas sete ou oito vezes. Mas pode passar o ano todo fechado, alguns meses aberto, ou abrir e fechar em questão de dias. Uma ressaca pode ajudar também. É sempre uma festa quando acontece, mas também um momento de atenção pra gente" falou.
Após o transbordo no dia 15 de janeiro e a divulgação de imagens com o encontro das águas, o agente disse que muitos turistas correram para ver o fenômeno de perto.
A matéria na íntegra pode ser lida no g1
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