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Metrô de Barcelona gera energia para carros elétricos

31/10/2024

O metrô é um meio de transporte sustentável que contribui para melhorar o deslocamento das pessoas e o trânsito nos centros urbanos. Mas, Barcelona está ampliando ainda mais os benefícios gerados pelos vagões e trilhos subterrâneos. A cidade já havia inovado ao gerar eletricidade para recarga de scooters e patinetes com a energia cinética dos trens. E agora ampliou esse uso para a recarga de veículos elétricos na superfície.
O projeto MetroCHARGE é um exemplo de inovação e eficiência energética. Além de reduzir a pegada de carbono com o transporte público, Barcelona está mostrando como é possível otimizar o uso da energia da rede de metrô para outros usos, como o carregamento de veículos elétricos.
O princípio básico é usar a frenagem dos vagões, num processo semelhante a que acontece com os carros elétricos e híbridos, que convertem a energia cinética produzida pela resistência gerada nas freadas em eletricidade. Essa eletricidade é então redistribuída para alimentar a própria infraestrutura do metrô e para os pontos de recarga de veículos eléctricos na superfície.
Cada vez que um trem para, o atrito gerado pela frenagem é convertido em eletricidade através de um sistema de inversores. Esta energia é utilizada para alimentar 33% do consumo energético dos vagões e estações, o que representa uma redução significativa nas emissões de CO2, estimada em 3.885 toneladas por ano. Isso equivale a retirar de circulação aproximadamente 2 mil carros com motores a combustão das ruas por ano.
O projeto MetroCHARGE começou com a instalação de eletropostos em diferentes pontos da cidade. Nessas estações de carregamento estão sendo utilizados carregadores ultrarrápidos e semirrápidos com potências que variam de 7,2 kW a 150 kW. Além disso, o projeto inclui a instalação de cinco centrais solares fotovoltaicas em pontos estratégicos, contribuindo com fontes adicionais de energia renovável.
Barcelona também instalou sete recuperadores de energia de frenagem nas linhas L1, L2 e L4, e seis nas linhas L3 e L5. Estes sistemas permitem que o excesso de energia gerada durante a travagem seja armazenado para utilização futura ou imediatamente redistribuído para a rede elétrica. No total, espera-se que o projeto tenha capacidade de carregamento ultrarrápido de até 100 kW em 15 pontos e 150 kW em outros oito pontos.
O impacto do projecto MetroCHARGE é duplo: ambiental e econômico. Em termos ambientais, a utilização da energia gerada pela operação do metrô e por painéis solares não só reduz as emissões de gases com efeito de estufa, como também diminui a temperatura no interior dos túneis da rede de transporte. Desde que o sistema de travagem regenerativa foi implementado, a temperatura média nos túneis de Barcelona diminuiu aproximadamente 1°C, melhorando as condições de trabalho e de viagem.
Do ponto de vista económico, o investimento inicial de 7,8 milhões de euros deve ser recuperado em até cinco anos, graças à economia nos custos de energia e aos rendimentos gerados pelos postos de carregamento. Nestas estações, os condutores de veículos elétricos pagam cerca de 0,33 euros por quilowatt-hora, gerando uma fonte adicional de renda para a administração municipal.
Barcelona mostrou que é possível tornar um sistema de transportes urbanos mais sustentável, não só reduzindo o seu consumo de energia, mas também reutilizando a energia gerada para outros fins.
No entanto, existem desafios. Um dos principais é o custo de implantação que pode chegar a US$ 6,6 milhões para um único comboio com travagem regenerativa. Como os vagões têm uma vida útil que varia de uma vida útil entre 35 a 45 anos, o incluir esse investimento nos planos de médio e longo prazo.
Além disso, a coordenação entre os diferentes intervenientes, como as empresas tecnológicas e elétricas, é essencial para determinar quem assumirá os custos e como o projeto será gerido. A experiência de Barcelona pode servir de guia para outras cidades interessadas em soluções semelhantes, mas a colaboração entre diversos agentes, públicos e privados, é essencial para superar desafios técnicos e logísticos.
Embora a tecnologia que usa a frenagem para gerar eletricidade não seja algo novo, Barcelona foi pioneira ao usar este recurso numa escala tão grande e para um propósito tão diverso. Este tipo de inovação não só reduz o consumo de energia, mas também oferece um modelo replicável para outras grandes cidades que desejam caminhar em direção à sustentabilidade.

Fonte: CicloVivo

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