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América do Sul tem o maior número de incêndios em 26 anos

17/09/2024

Uma onda de incêndios que vai da floresta amazônica, passando pelo pantanal e chega até as florestas bolivianas quebrou o recorde de fogo para toda a América do Sul em mais de duas décadas.
Dados do programa BD Queimadas, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), indicam que até esta quarta-feira (12) foram registrados 346.112 focos de incêndio neste ano nos 13 países do continente. O número ultrapassa o recorde anterior, registrado em 2007 (345.322 casos), e é o maior da série histórica do instituto, iniciada em 1998.
Nas últimas semanas, a fumaça dos incêndios tomou os céus de cidades como São Paulo e La Paz, na Bolívia. Um corredor de poluição emitida pelas queimadas pode ser visto do espaço e se estende da Colômbia até o Uruguai.
Os governos do Brasil e da Bolívia enviaram milhares de bombeiros para tentar controlar o fogo, mas estão à mercê da seca extrema, das ondas de calor e dos fortes ventos que alimentam as chamas.
De acordo com pesquisadores, ainda que a maior parte dos incêndios tenha origem humana, a falta de chuva e as altas temperaturas geradas pela mudança climática ajudam os incêndios a se espalharem de maneira mais acelerada.
Ainda que seja inverno, as temperaturas em São Paulo se mantiveram acima de 32°C desde sábado. Desde o início da semana, a capital paulista vem registrando a pior qualidade do ar do mundo entre um ranking de 120 grandes cidades monitoradas pelo site IQAir.com
No Brasil, a seca que começou no ano passado é a pior já registrada, de acordo com o Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais).
"De uma maneira geral, a seca sim, essa de 2023 e 24, é a mais intensa, duradoura em algumas regiões e extensa da história recente, pelo menos desde os dados de 1950", disse Ana Paula Cunha, pesquisadora sobre secas no Cemaden.
O maior número de focos de incêndio neste mês está no Brasil e na Bolívia, seguidos por Peru, Argentina e Paraguai, segundo dados do Inpe. Os incêndios de intensidade incomum que atingiram a Venezuela, a Guiana e a Colômbia no início do ano contribuíram para o recorde, mas em grande parte foram controlados.
Os incêndios florestais na amazônia criam uma fumaça particularmente intensa por conta da vegetação sendo queimada, afirmou Longo. "A sensação que você tem quando você está voando ao lado de uma pluma dessa é de um cogumelo atômico."
Cerca de 9 milhões de quilômetros quadrados da América do Sul ficaram cobertos pela fumaça em alguns momentos, mais da metade do continente, disse a pesquisadora do Inpe. O pico de incêndios no continente costuma acontecer em setembro.

Fonte: Folha de S. Paulo

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